Ainda falta algum tempo para as autárquicas, mas já começam as movimentações para a campanha. Ao ler esta notícia, algumas das afirmações contidas deixam-me perplexo. Passando a comentar...Baptista confiante na maioria absoluta
O candidato à presidência da Câmara declarou, na sua apresentação oficial como cabeça-de-lista do PS, que, “nestes últimos três anos e meio, Coimbra voltou a andar para trás”.
Não há ideias. Não há novos projectos. Não há uma estratégia para desenvolver e afirmar Coimbra”, criticou Victor Baptista, referindo–se ao mandato do social–democrata Carlos Encarnação, no decurso da apresentação pública da sua candidatura pelo PS à presidência da Câmara Municipal.
O deputado socialista, que se declararia convicto de que vai obter maioria absoluta nas próximas eleições autárquicas, apesar de estar “consciente das dificuldades”, garantiu que o metro de superfície (cujo concurso foi anulado pelo actual governo) será construído no seu traçado original. “Há um compromisso dos candidatos a deputados do PS, com o conhecimento de quem é hoje primeiro–ministro”, sublinhou Victor Baptista.
O candidato à liderança da autarquia prometeu, ainda, caso seja eleito, dar apoio financeiro aos empresários para a criação de 5.000 novos postos de trabalho em quatro anos. “É uma aposta e um desafio e sobretudo representa uma nova atitude para os que desejam investir em Coimbra”, afirmou Victor Baptista, que tenciona atribuir um “estímulo financeiro” de 4.000 euros por cada novo emprego criado.
Ao apresentar a sua candidatura perante cerca de 2.000 pessoas, num jantar com a participação do presidente do PS, Almeida Santos, o economista sublinhou tratar–se de “uma proposta realista”, “compatível com o orçamento camarário”, representando 20 milhões de euros em quatro anos.
A aposta na indústria, o apoio à construção do pólo tecnológico e a elaboração, no primeiro ano de mandato, do plano estratégico de desenvolvimento de Coimbra são outras propostas de Victor Baptista, que foi director do Departamento Económico e Financeiro da autarquia.
O candidato pretende construir um parque de estacionamento sob as escadas monumentais, que dão acesso à Universidade e à Alta, com capacidade para 1.500 viaturas, e não uma infra–estrutura similar subterrânea na Praça da República, local onde quer antes erguer um monumento de homenagem ao estudante de Coimbra.
A requalificação da margem esquerda e a transferência do estádio universitário, situado nesta zona da cidade, para o pólo II, são outras propostas do deputado, que promete também combater o desemprego, o envelhecimento da população, a especulação imobiliária.
Segundo o presidente da Federação Distrital do PS de Coimbra, “as obras da iniciativa desta Câmara não existem, as que foram concluídas e as que estão em curso vinham do mandato anterior, liderado por Manuel Machado (PS)”.
Admitindo o início de duas obras - a nova ponte da Portela e o Hospital Pediátrico - neste mandato, mas por responsabilidade do governo, Victor Baptista atribuiu, com ironia, a Carlos Encarnação “uma outra grande obra”: o aumento da dívida da autarquia em 557,8%.
“Passou de 9,3 milhões de euros em 21 de Dezembro de 2001 para 60,9 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2004”, afirmou.
O candidato reiterou que a actual gestão camarária está a violar as regras orçamentais e que Carlos Encarnação “não devia ser candidato (à autarquia) porque não cumpre as leis da República”.
O candidato socialista prometeu a elaboração de “uma grande lista, com independentes e quadros do PS” e adiantou ter o apoio do constitucionalista da Universidade de Coimbra Gomes Canotilho, mandatário nacional do Fórum Novas Fronteiras e Prémio Pessoa em 2003, escusando–se a divulgar em que moldes.
Dirigentes locais do PS, autarcas, deputados, o eurodeputado Fausto Correia e o antigo presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, foram alguns dos presentes no lançamento da candidatura.
Durante o jantar, que decorreu no pavilhão de exposições da Associação Comercial e Industrial (ACIC), foi lida uma mensagem do antigo reitor da Universidade de Coimbra Rui de Alarcão, manifestando o seu “inequívoco apoio” à candidatura de Victor Baptista.
Fonte: As Beiras
1. nestes últimos três anos e meio, Coimbra voltou a andar para trás
O quê? Coimbra só andou para a frente nestes últimos três anos e meio, após passar 12 anos parada. Como é que alguém pode dizer que a cidade andou para trás? É ridículo.
2. tenciona atribuir um “estímulo financeiro” de 4.000 euros por cada novo emprego criado
Mas porque raio é que existe esta dependência de subsídios? Porque é que se dá 4000 euros a uma empresa apenas por criar um emprego? E depois querem que a economia seja competitiva... habituam os empresários a receber subsídios por tudo e por nada e, quando estes faltam, vão-se abaixo. Algo me diz que, se o PS for eleito para a câmara, o distrito de Coimbra vai passar a ter mais BMWs e Mercedes.
3. Praça da República, local onde quer antes erguer um monumento de homenagem ao estudante de Coimbra
Como se não bastassem os 20 milhões de euros que pretendem queimar na medida anterior, ainda querem queimar mais algum dinheiro construindo um "monumento" na praça? Para quê? Pessoalmente, acho que a Praça está bem como está, sendo um espaço útil onde se podem organizar vários eventos (como a feira do livro). Agora queimar dinheiro em mais uma pseudo obra de arte, ao bom velho estilo das estátuas das rotundas?
4. transferência do estádio universitário, situado nesta zona da cidade, para o pólo II
Para quê?
5. as que foram concluídas e as que estão em curso vinham do mandato anterior, liderado por Manuel Machado
Yeah... vinham desse mandato, mas só agora é que estão a ser realizadas e concluídas, porque em 12 anos nada foi feito
6. Victor Baptista atribuiu, com ironia, a Carlos Encarnação “uma outra grande obra”: o aumento da dívida da autarquia em 557,8%.
Isto vindo de quem quer queimar 20 milhões de euros em subsídios e mais sabe-se lá quanto em estátuas...
Depois de ver o que a oposição tem a dizer, acho que não ficam grandes dúvidas sobre quem mereceria o meu voto, não por mérito do actual presidente (fez algumas coisas boas, mas também algumas asneiras graves), mas pelo ridículo que é a oposição. Se querem ser eleitos, têm muita coisa para mudar.