Mulher morre depois de agredida nos HUC

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Chong Li
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Mulher morre depois de agredida nos HUC

Mensagem por Chong Li »

Uma mulher de 45 anos perdeu a vida, quando se encontrava numa sala de espera dos HUC após ter sido agredida por um indivíduo. Família da vítima reclama por justiça.

Maria Virgínia Torres Veiga Melo conheceu a morte, na madrugada de sexta-feira para sábado quando, acompanhada por uma vizinha, foi agredida por um indivíduo do sexo masculino.
De acordo com Telmo Melo, filho da vítima mortal, tudo aconteceu quando Maria Virgínia Melo "acompanhou uma vizinha ao hospital que tinha a filha doente". Chegadas às urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), cerca das 02H30, Maria Virgínia, de 45 anos, e a sua vizinha foram para a sala de espera da unidade de saúde. Aí se mantiveram até que, cerca das 06H00, um homem se dirigiu para este espaço "deitou-se nas cadeiras e desligou a televisão", explicou Telmo Melo ao DIÁRIO AS BEIRAS. "Foi-lhe pedido que ligasse a televisão e ele disse à minha mãe se ela não tinha uma cama para dormir, e a minha mãe respondeu que tinha mas que não podia lá estar", conta o jovem Telmo. Depois, e num ápice, o indivíduo começou a "insultar" Maria Virgínia, "deu-lhe um pontapé no estômago e com uns livros que tinha consigo bateu-lhe na cabeça". Pouco depois "apareceu um segurança que chamou a PSP que identificou" o agressor. A amiga que estava com Maria Virgínia "chamou por auxílio” e a vítima foi transportada para as Urgências.
Horas depois deste ataque, Maria Virgínia Melo acabou por falecer. De acordo com Telmo Melo, a vítima mortal terá sucumbido devido a um "ataque cardíaco", contudo, apenas hoje vai ser realizada a autópsia. Ainda segundo o jovem, um médico que se encontrava no hospital disse a Telmo que em vários anos de serviço "nunca assistiu a nada semelhante".
Quando questionado sobre a identificação do agressor de Maria Virgínia, Telmo Melo referiu que não "sabe quem é", uma vez que quer a PSP quer os HUC "não revelaram a identidade" e ninguém "deu informações". O jovem não conseguia calar a sua revolta e em conversa com o DIÁRIO AS BEIRAS foram várias as questões e as dúvidas lançadas. Como "é que um hospital como os HUC não possui câmaras de vigilância?, como é que uma pessoa vai para lá dormir?, aquilo é um hotel?", dizia indignado, ao mesmo tempo que referiu que o agressor terá dito que "era normal ir lá dormir". Terá dito ainda, segundo o filho da vítima mortal, que "queria ser atendido depois das 09H00 porque aquela hora não havia médicos para o tratar". Na opinião de Telmo Melo o agressor da mãe "já ia com intenção" de ferir alguém.
Salientando que "ninguém" lhe prestou "auxílio ou ajuda, o jovem, de 18 anos e ilusionista de profissão, promete levar a morte da mãe "até às últimas consequências", uma vez que, na sua opinião "alguém tem de ser responsável". Segundo salientou, em Portugal "tem de se fazer justiça", disse ainda. Ontem, com apoio dos amigos e da família, o filho da vítima lembrava que a vida "vai continuar", o que não o vai travar no seu desejo pore justiça.
Ontem, na Conchada, local onde a vítima vivia, a consternação e a movimentação eram grandes. Telmo Melo, acompanhado do pai e da irmã (emigrante na Suiça), receberam apoio de todos os amigos e vizinhos.
Embora não haja ainda uma certeza, o funeral de Virgínia Melo deverá realizar-se amanhã, da igreja de Nossa Senhora de Lurdes para o cemitério da Conchada.
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, o presidente do conselho de administração dos HUC explicou que a situação está sob investigação. Referindo que a autópsia ainda vai ser feita, Fernando Regateiro alertou para o facto de ainda não estar determinada a causa da morte. “A equipa de emergência foi de imediato activada e foram prestados todos os cuidados exigidos” disse, adiantando que “tudo se passou num espaço externo às Urgências, numa sala de espera, a que todo o público tem acesso e se aguardam informações dos doentes”. Fernando Regateiro ressalvou, ainda, o facto de não ter memória de uma situação idêntica, reconhecendo que, tratando-se de uma excepção deverá ser tratada como tal. O responsável garantiu ainda, que o sucedido não põe em causa a segurança do hospital, que está solidário com a família da vítima.

Diário das Beiras -26 Nov. 2007
Absolutamente inacreditável!
"You break my record. Now I break you. Like I broke your friend!"

CHONG LI! CHONG LI! CHONG LI! CHONG LI!CHONG LI! CHONG LI! CHONG LI! CHONG LI!

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Lino
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Mensagem por Lino »

E a segurança não estava alerta para os primeiros sinais? Essa sala deveria estar vigiada. Uma pessoa lá está demasiado desprotegida. Fui lá uma vez às 3am acompanhar uma vizinha que estava nas Urgências e se não fossem as outras pessoas que lá estavam eu teria medo daquilo. E depois o médico só vem dar informações às 3am e depois só às 6.
É uma tristeza isto acontecer. :(
Coimbra tem mais encanto... terá?
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daniel322
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Mensagem por daniel322 »

Infelizmente os seguranças só lá estão para impedir o acesso dos utentes ao interior das urgências ou para lhes indicar onde devem esperar.. e tanta coisa por causa do volume da televisão, segundo o que ouvi.. :?

Viva_a_Historia
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Mensagem por Viva_a_Historia »

Isto está a ficar lindo!

Não foi nos EUA nem no Brasil. Foi em Coimbra, cidade de um suposto "País de brandos costumes".

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bluestrattos
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Mensagem por bluestrattos »

Viva_a_Historia Escreveu:Isto está a ficar lindo!

Não foi nos EUA nem no Brasil. Foi em Coimbra, cidade de um suposto "País de brandos costumes".
O problema está aí, continua-se a passar a idéia de que isto é um país pacífico, que ninguém faz mal a uma mosca, o que é completamente errado e enquanto essa premissa não for alterada, coisas desse género vão continuar durante muito tempo.

Uma coisa que me faz impressão, é o facto de se poder assaltar a casa a uma pessoa, e a própria vítima nem lhe poder tocar, caso contrário pode ser presa e pagar os ferimentos infligidos à "vítima", ou seja ao assaltante.

Basicamente a nossa lei diz que se alguém for vítima de um crime , só deve fazer uma coisa, baixar as calcinhas e aguentar, e no final ir-se queixar ao sr. guarda, na tentativa que lhe dê um unguento :roll:

Os EUA podem ser muita coisa, mas se uma coisa eles têm de bom é que a Lei é cumprida, e esta existe para proteger o cidadão. Por exemplo, lá uma pessoa é livre de se defender de quem lhe estiver a assaltar a casa, ou mesmo os limites de velocidades que são cumpridos à risca.

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winger
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Mensagem por winger »

É que nem sei o que dizer a isto...

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Lino
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Mensagem por Lino »

Pois... elas queriam entreter-se e ele ia lá pernoitar... porque raio não o metiam num sítio melhor sem ser as Urgências?
E eu conheço o filho, o Telmo. Deve estar revoltadíssimo e com razão, ainda por cima tão novo.
O homem merece pena máxima!
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DaniFR
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Mensagem por DaniFR »

Vi esta noticia ontem á noite no telejornal da SIC.
É inacreditavel como é que uma coisa destas pode acontecer na sala de espera de um hospital, ainda por cima nos HUC, que é um hospital tao conceituado no pais.
Se o segurança lá está para alguma coisa serve, nao é só para dar informaçoes, se fosse para isso nao se chamava segurança.
O que aconteceu deve ter começado por uma discussao em tom elevado; será que ele nao ouviu o que se estava a passar antes de o individuo a ter agredido?

Leia
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Mensagem por Leia »

Os HUC não são bons hospitais segundo relatos de alguns professores meus. A piada costuma ser "nem sei se é o melhor de Coimbra quanto mais ser o 3º melhor no pais!"

Os seguranças estão lá para fazer esse trabalho, acalmar os ânimos quando é necessário e manter a ordem.... No entanto, se repararem não são assim tantos.

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carlacs
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Mensagem por carlacs »






Mulher de 45 anos morre nos HUC após agressão na sala de espera
Acompanhava uma amiga que levou a filha à urgência e acabou por de lá não sair com vida, após uma troca de palavras que degenerou em violência. Familiares pedem responsabilidades e questionam por que razão o agressor não foi detido

Uma mulher residente no bairro da Conchada morreu, na manhã de sábado, com uma paragem cardíaca, depois de ter sido agredida na sala de espera dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), onde se encontrava para acompanhar uma amiga que levara a filha ao serviço de urgência.
Ao que apurámos, Virgínia Melo, a vítima, estava na sala de espera, com, mais duas senhoras, quando um indivíduo, porventura alcoolizado ou sob efeito de drogas, ali se deslocou (por volta das 6h30) e, mexendo no televisor, de alguma forma as incomodou.
No contexto de uma discussão que se seguiu, e alegadamente depois de o segurança ao serviço nos HUC ter pedido ao jovem indivíduo (supõe-se que será de S. Martinho do Bispo) para se calar, este terá (já sem o vigilante por perto) espancado Virgínia Melo, com socos e pontapés na barriga e na cabeça, contou-nos Acácio Melo, cunhado da vítima.
Depois de agredida e agressor terem sido observados nas urgências, Virgínia Melo, de 45 anos de idade, entrou em paragem cardíaca, vindo a falecer.
Fernando Regateiro, presidente do Conselho de Administração dos HUC, que ontem recebeu os familiares da vítima, lamentou o sucedido, dizendo que mal detectada a situação clínica foram logo activados todos os meios de reanimação.
«Não tenho memória de uma situação destas. São situações imponderáveis, o que não significa que não se reflicta e analise a situação, que foi entregue às autoridades», observou, ainda, Regateiro.

Regateiro diz que não há
fragilidades na segurança

Por outro lado, o professor de Medicina considera que o incidente «não traduz nenhuma fragilidade de segurança dentro do hospital», ao argumentar que «a situação decorre dentro da sala de espera, uma sala aberta ao público, onde se espera que as coisas não corram desta forma».
Quem tem entendimento diferente é a família, que pede responsabilidades, ou dos HUC, ou do serviço de segurança.
«Houve qualquer coisa que não esteve bem. Se tivessem sido tomadas medidas na altura, e o segurança o tivesse posto na rua de imediato, não havia agressão», afirma Acácio Melo.
Só a autópsia médico-legal poderá determinar se as agressões físicas a que Virgínia Melo foi sujeita levaram à paragem cardíaca que lhe provocou a morte.
De qualquer forma, a família tenciona contratar um advogado para que futuramente ninguém passe pelo mesmo. Já que «trazê-la de volta não é possível», afirma Acácio Melo.

Em relação à actuação da PSP, que ontem contactámos, mas que não prestou esclarecimentos – alegadamente, por não haver graduados de serviço –, Acácio Melo diz que o agressor «deveria ficar detido até se provar» algum nexo de causalidade entre as agressões e a morte. Porém, a polícia só o identificou. Virgínia Melo era casada e deixa dois filhos. Um deles é o jovem mágico Tiago Melo.


http://www.diariocoimbra.pt/17253.htm

Vou copiar para se perceber melhor "Acácio Melo diz que o agressor «deveria ficar detido até se provar» algum nexo de causalidade entre as agressões e a morte. Porém, a polícia só o identificou."

Ou seja se vocês forem espancados por alguém não se preocupem porque a PSP vai identificá-lo.. e é isso. :roll:

Atheist
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Mensagem por Atheist »

esta historia é completamente inacreditavel... de cima a baixo. :shock:
Toda a musica é má quando a alma está desafinada (Cervantes)

daniel322
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Mensagem por daniel322 »

Não estou a defender os HUC, mas há aqui certas coisas que tb não estão correctas:
Leia Escreveu:Os seguranças estão lá para fazer esse trabalho, acalmar os ânimos quando é necessário e manter a ordem.... No entanto, se repararem não são assim tantos.
Errado. Os seguranças estão lá para restringir o acesso ao interior do edifício e encaminhar os doentes. Qualquer problema maior chamam a polícia. (antigamente até estava um policia permanentemente no hospital)
não deveria ser assim, eu sei, mas é..
carlacs Escreveu:Vou copiar para se perceber melhor "Acácio Melo diz que o agressor «deveria ficar detido até se provar» algum nexo de causalidade entre as agressões e a morte. Porém, a polícia só o identificou."
Ou seja se vocês forem espancados por alguém não se preocupem porque a PSP vai identificá-lo.. e é isso.
A polícia só o identificou porque a morte não foi imediata. Até ao momento em que tudo aparentemente estava resolvido tinha sido apenas um caso de agressão e num caso desses apenas se identifica a pessoa. A mulher só se começou a sentir mal depois disso..


Não deixa de ser inacreditável :?

Leia
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Mensagem por Leia »

Mas te garanto que os seguranças costumam levar pessoas incomodas da urgência para a rua, isto quando não são os próprios médicos...

daniel322
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Mensagem por daniel322 »

pessoas incómodas.. não pessoas que agridem a murro e pontapé, isso já é caso de polícia (ou deveria ser) :wink:

Leia
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Mensagem por Leia »

Mas penso que antes de agredir a senhora ele já se teria tornado uma pessoa incomoda...

De qualquer forma, a responsabilidade é obviamente do dito cujo... não tendo o hospital nada a ver com o assunto a nivel de responsabilidade.

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