Há 60 anos a percorrer as ruas da cidade, os troleicarros já fazem parte da historia de coimbra e dao uma exelente imagem da cidade a quem a visita.Apesar das suas evidentes mais-valias comparativamente a outros transportes públicos, os troleicarros nem sempre tem boa fama. Coimbra recebeu-os há 60 anos e vai lançar, em breve, um livro sobre a sua história. A câmara queria apoio do Estado por os manter.
Os 60 anos da presença dos troleicarros em Coimbra, única cidade da Península Ibérica que dispõe ainda deste meio de transporte público de tracção eléctrica, são revisitados num livro editado pela delegação regional da Ordem dos Engenheiros (OE).
A obra “Troleicarros de Coimbra: 60 anos de História” vai ser apresentada em 24 de Novembro, Dia Nacional do Engenheiro, no Casino da Figueira da Foz, no âmbito de um programa com que o conselho directivo regional da OE comemora, em simultâneo, os 50 anos da sua instalação na Região Centro.
“O local onde as redes de troleicarros melhor se adaptam são as cidades consolidadas de média dimensão, em que a procura de transportes é suficientemente elevada para viabilizar um sistema de transportes públicos urbanos”, segundo um artigo da autoria do presidente da Metro Mondego, Álvaro Maia Seco, e de uma bolseira de investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), Carla Galvão.
Álvaro Seco participa no trabalho “Troleicarros, Conceito e Resenha Histórica” na qualidade de professor associado do Departamento de Engenharia Civil da FCTUC. “Um troleicarro é um veículo de transporte colectivo rodoviário alimentado directamente por um motor eléctrico, pelo que não necessita do consumo de qualquer tipo de combustível nem da acumulação de energia no veículo. A alimentação eléctrica é feita por uma linha aérea, através de um cabo metálico condutor de energia, designado por catenária”, referem os co-autores.
Os troleicarros, ao contrário de outros veículos com alimentação directa de energia – como os eléctricos, metros e comboios –, deslocam-se sobre rodas e não sobre carris, o que lhes garante “uma maior manobrabilidade e o estatuto de ‘automóvel’ de acordo com a legislação portuguesa”.
17 em Coimbra
Em Coimbra, circulam actualmente 17 troleicarros, mas esse número já foi maior no passado, numa rede cuja exploração é da responsabilidade dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC).
A primeira linha de troleicarros da cidade do Mondego foi inaugurada em 16 de Agosto de 1947, correspondendo ao itinerário entre a rua António Granjo, junto à estação ferroviária de Coimbra A (estação Nova), e o Alto de Santa Clara, ao cruzamento de Almas de Freire, sendo os bilhetes de 80 centavos e um escudo.
No mesmo ano, a Câmara Municipal aprovou a “gradual extinção da via férrea de carros eléctricos” existente na cidade e a sua substituição pelos troleicarros, “reservando os autocarros para as zonas rurais”, recorda, no mesmo livro, o engenheiro João Ferreira Araújo, responsável pelas redes de distribuição e manutenção dos Serviços Municipalizados de Coimbra quando foi inaugurada, há 60 anos, a primeira linha de “tróleis”.
“Os troleicarros vieram para Coimbra porque os eléctricos não podiam passar na velha ponte metálica de Santa Clara”, afirma, no prefácio, o presidente do conselho directivo regional da Ordem dos Engenheiros, Celestino Quaresma.
“O troleicarro é um meio de transporte não poluente e actual”, declarou Celestino Quaresma à agência Lusa, ao salientar que a rede de “tróleis” de Coimbra resultou de uma “intervenção técnica relevante” na área da engenharia.
O presidente da Câmara Municipal, Carlos Encarnação, aproveita para lamentar que os transportes públicos de Coimbra não beneficiem “dos favores dos deuses dos governos”. Ou seja, não são contemplados pelas verbas do Orçamento de Estado, como acontece com os congéneres de Lisboa e Porto.
O administrador-delegado dos SMTUC, Manuel Oliveira, disse à Lusa que uma nova linha de “tróleis”, entre a Solum e a Universidade, na Alta, passando pelos Olivais e pela praça da República, deverá entrar em funcionamento até ao fim do ano.
Cada troleicarro novo pode custar entre 385 mil e 600 mil euros, prevendo os SMTUC comprar mais alguns, já a partir de 2008, ao ritmo de um por ano. “É hoje muito difícil encontrar unidades destas novas no mercado”, devendo a sua aquisição ser efectuada no estrangeiro, adiantou Manuel Oliveira.
É uma exelente ideia fazer uma nova linha de troleicarros entre a solum e a universidade!! Apesar de os smtuc já estarem a precisar de adquirir novos autocarros para a renovaçao de frotas, acho que vale a pena investir em troleicarros.