Basófias abandonou pela primeira vez o Mondego
Barco de 18 toneladas foi içado com sucesso. Viajou num reboque de camião até Aveiro, onde será reparado nas próximas duas ou três semanas
O Basófias saiu ontem pela primeira vez da água do Mondego, depois de mais de 15 anos de passeios. O barco já seguiu para Aveiro e durante as próximas duas ou três semanas vai estar nos estaleiros da Navalria, para ser pintado e reparado, voltando depois a Coimbra.
Seguro por duas “cintas”, o barco foi elevado por uma grua, sendo depois colocado no reboque de um camião de grandes dimensões. «A operação correu bem. Tínhamos uma equipa com pessoas competentes, que foram garantindo condições de segurança», afirmou Renato Ladeiro, da OdaBarca, empresa que gere o Basófias.
No entanto, o elevado peso da embarcação exigiu a atenção dos intervenientes. «Estamos a falar de 18 toneladas. Foi retirado do rio sem material no interior nem passageiros, mas ainda tinha algum combustível», recordou Renato Ladeiro.
De acordo com o responsável, nas próximas semanas, para além de pintado, o Basófias vai ser sujeito a «reparações gerais a nível mecânico e eléctrico», que vão melhorar o aspecto e a funcionalidade do barco. «Vamos substituir, por exemplo, componentes que costumam estar submersas», avançou Renato Ladeiro.
O trabalho de manutenção vai exigir «custos elevados», que «só serão divulgados no final» dos trabalhos. O Basófias faz 16 anos em Setembro. No ano passado recebeu a visita de mais de 20 mil pessoas.
Dezenas de populares acompanharam operação
O processo de retirar a embarcação do Mondego demorou cerca de uma hora e meia e decorreu na Praça da Canção, a escassos metros da ponte Santa Clara. Durante esse período dezenas de populares acompanharam a operação com curiosidade. Foi o caso de Artur Medeiros, de 19 anos. «Aproveitei que estava sol à tarde e vim para a zona do Mondego com uns amigos para andar de bicicleta e desanuviar. Não sabíamos que iam tirar o barco do rio e ficámos todos espantados a olhar para aquilo», afirmou o estudante universitário, sentado na Praça da Canção, de olhos postos no rio.
Na ponte de Santa Clara dezenas de pessoas interromperam a rotina diária, alertadas pelo movimento de máquinas e pessoas envolvidas na operação. Um dos espectadores foi Manuel Silva, reformado de 72 anos, que assistiu debruçado nas grades de protecção da ponte, aproveitando a vista privilegiada. «Vamos lá ver como é que isto acaba. É como se fosse um filme», declarou sem tirar os olhos do que acontecia em baixo.
A operação correu bem e em Março o Basófias estará novamente a navegar nas águas do Mondego.
Diario de Coimbra