Enviado: quinta-feira, 19 maio 2005 1:15
Mas estas bestas avançam sabendo que seria anulado em Maio sem as assinaturas das duas câmaras???
Não é bem assim, ou melhor, não é assim para todo lado. Mas concordo que temos bons autocarro, que agora até vêm equipados (alguns) com TFT's a passar imagens da cidade, classificados e regras de segurança.mustiness Escreveu:Nao, nos temos um optimo sistema de transportes mesmo, tirando os meses de férias... Autocarros em optimas condiçoes, carreiras regulares, percursos que cobrem a cidade relativamente bem, paragens regulares e sobretudo motoristas simpáticos que esperam pelas pessoas. Ok, por vezes atrasam-se, mas dou me muito feliz pelo nosso sistema de transportes!
E parece que ficámos mesmo sem metro.Modernização em vez de Metro
Segundo apurou o DIÁRIO AS BEIRAS, o Governo vai avançar com a modernização da Linha da Lousã. O projecto irá decorrer por fases.
A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, reuniu na passada semana com o presidente da Câmara Municipal de Coimbra e comunicou a Carlos Encarnação a intenção do Governo em avançar com a modernização, por fases, da linha da Lousã. Ou seja: o projecto do metro ligeiro de superfície (MLS), segundo fonte da secretaria de Estado, fica a aguardar dias melhores.
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, Carlos Encarnação aguarda as explicações do Governo sobre o projecto, não retirando uma vírgula à posição que é defendida pela Câmara Municipal de Coimbra. O autarca confirma o encontro com Ana Paula Vitorino em que foi analisado o destino das verbas para as últimas expropriações na Baixa de Coimbra e que, segundo Encarnação, “o Governo desviou para outras aplicações”.
O presidente da Câmara Municipal “fica à espera” das explicações do executivo de Sócrates e reafirma que “o projecto do metro ligeiro de superfície” é absolutamente fundamental” para a cidade. “A Câmara de Coimbra é sócia de uma empresa que se chama Metro Mondego e não do ramal da Lousã”, acrescentou.
Por outro lado, a fonte da secretaria de Estado dos Transportes recusou “entrar em grandes explicações” sobre o projecto, não confirmando a presença da própria secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino - o Estado é o accionista maioritário - na Assembleia Geral da Metro Mondego agendada para hoje.
Carlos Encarnação disse à Lusa que o município vai reafirmar na reunião de accionistas que o empreendimento deve ser retomado pelo Governo, “respeitando as condições” do concurso público anulado em Maio de 2005. “A Câmara Municipal de Coimbra vai defender o que já defendeu várias vezes”, sublinhou o social–democrata Carlos Encarnação, também presidente da mesa da assembleia–geral da sociedade.
Na reunião de accionistas, na sede da MM, em Coimbra, a Câmara da Lousã apostará no metro como a melhor solução para o Ramal da Lousã (Coimbra B–Serpins), apesar de alguns autarcas e dirigentes do PS da Lousã terem admitido já um recuo na defesa do projecto. Recorde–se que António Marçal, presidente da Junta de Freguesia da Lousã, passou a exigir, em Novembro do ano passado, a modernização e electrificação do Ramal da Lousã, tal como tem sido defendido localmente pelos restantes partidos com assento parlamentar (BE, CDU, CDS–PP e PSD). Idênticas posições são defendidas pelo Movimento Cívico de Lousã e Miranda do Corvo e pela Comissão de Utentes do Ramal da Lousã. “Não podemos continuar eternamente à espera” do metro, disse António Marçal, “número três” da Comissão Política Concelhia do PS.
O autarca admitiu que a mudança de posição face ao projecto do MLS, que nunca passou do papel, além de algumas demolições de prédios na Baixa de Coimbra, é partilhada pela maioria dos dirigentes locais do partido e “está de acordo” com a política do Governo de José Sócrates para a área dos transportes ferroviários.
Na campanha das autárquicas de Outubro, o presidente da Câmara da Lousã e líder concelhio do PS, Fernando Carvalho, revelou a existência de vários contactos com a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, a quem pedira para que fosse alterada a legislação que rege a empresa Metro Mondego. Tais alterações legislativas, explicou, em entrevista à rádio Lousã FM, permitiriam avançar com a modernização, electrificação do Ramal da Lousã e compra de moderno material circulante.
Pela primeira vez, o PS da Lousã retirou o projecto do MLS do programa eleitoral, que nos últimos 12 anos foi assumido como prioridade no campo das acessibilidades. Carlos Encarnação acusou na altura Fernando Carvalho de ter “uma ‘combinata’ com o Governo” nesta matéria.
Na passada segunda–feira, na reunião semanal do executivo camarário da Lousã, os dois vereadores do PSD, Pedro Curvelo e Filipe Soares, apresentaram uma proposta que previa o abandono da MM por parte do município, que foi rejeitada, preconizando “uma intervenção no ramal com investimentos ao nível da segurança do traçado, do material circulante e na remodelação das estações”.
No dia 28 de Dezembro, a Assembleia Municipal da Lousã, por proposta do Bloco de Esquerda, aprovou a criação de uma comissão para organizar as comemorações dos 100 anos do Ramal da Lousã, onde os comboios começaram a circular no dia 16 de Dezembro de 1906.
A MM, empresa de capitais exclusivamente públicos, congrega o Estado, como accionista maioritário (53 por cento), os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã (cada um com 14 por cento), além da CP e da REFER, estas com representação minoritária.
Em Setembro, escassas semanas antes das eleições autárquicas, composições ferroviárias usadas noutras linhas (Unidades Duplas a Diesel, UDD) começaram a circular no Ramal da Lousã, substituindo algumas das antigas automotoras “Allan”, remodeladas após 1999.
Fonte: As Beiras