Há uns dias, o Público implementou um novo sistema de pagamento pelos artigos on-line. Antes tinha um sistema de artigos apenas para utilizadores "premium", agora tem um sistema em que cada pessoa só pode ver 20 artigos por mês até ter de começar a pagar - embora seja um sistema bastante falível, pois basta desactivar os cookies para aquele site e o limite "desaparece". Há outros jornais que mantêm os artigos reservados, como o Record e o CM (embora, sinceramente, não se perca grande coisa).
Eu compreendo que seja fundamental terem lucro e que a publicidade já não é o que era, mas não me parece que o venham a conseguir desta maneira. No caso do Público, por exemplo, para além de um sistema facílimo de ultrapassar, não estamos perante um jornal de referência com conteúdo único... eu diria que mais de metade do conteúdo é copy/paste ou traduzido (e, muitas vezes, mal traduzido) de outras publicações ou de press releases. Para além disso, há várias alternativas que continuam gratuitas. No caso do Record, por exemplo, acontece o mesmo... não é o único diário desportivo do país e o conteúdo não difere em grande coisa dos restantes, pelo que dá sempre para ir a outro lado ver as mesmas notícias.
Nas notícias locais também temos uma questão semelhante. O Diário de Coimbra e o As Beiras limitam as notícias on-line, mas também não me parece que tenha grandes resultados. Por outro lado, o Campeão das Províncias tem a versão impressa disponível on-line gratuitamente e na sua totalidade, o que certamente faz com que ganhem mais alguns visitantes. E esse acaba por ser o principal elemento a ser afectado... os conteúdos pagos podem gerar alguma receita adicional, mas também vão certamente fazer com que alternativas gratuitas sejam procuradas, e isso irá afectar as receitas de publicidade.
Será que isto vai ser a nova "moda" dos jornais portugueses?
