Morte de jovem esmagado por busto alerta para a preservação do património em Évora
Numa brincadeira trágica, estudante de 22 anos agarrou-se ao busto do pintor e arquitecto José Cinatti, que lhe caiu sobre o tórax.
Um jovem de 22 anos morreu, no passado sábado, esmagado por um busto que se soltou do pedestal no Jardim Público de Évora.
A vítima terá, alegadamente, abraçado o monumento em bronze, que se desprendeu da base e tombou. Caiu sobre o tórax do estudante universitário, que não resistiu a sucessivas paragens cardiorrespiratórias resultantes da perfuração dos pulmões. A Câmara de Évora não comenta o sucedido, apenas expressa pesar pelo sucedido. Já a oposição critica o “abandono” do património edificado desta cidade Património da Humanidade.
O acidente aconteceu perto das duas da madrugada, quando Fernando Figueiras, filho de um dos responsáveis pelo projecto Escola Segura no Comando da PSP de Évora, e mais dois amigos saltaram a vedação do jardim. Os amigos contaram que estavam na brincadeira, quando Fernando se agarrou ao busto do arquitecto e pintor José Cinatti (1808-1879). O jovem foi transportado para o Hospital do Espírito de Santo de Évora e transferido, posteriormente, para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde acabou por falecer.
“Neste momento, em que importa, acima de tudo, respeitar o luto da família, quero apenas expressar o meu profundo pesar pelo sucedido”, disse o presidente da câmara, Manuel Melgão. Fonte da autarquia explicou ainda que o busto estava preso com uma estrutura metálica e que “não estava em situação de risco”, tendo sido já removido para as instalações camarárias.
Embora não houvesse nenhuma intervenção agendada, a situação agora exige-o. Recorde-se que em Janeiro, aquando de uma intempérie que assolou todo o país, também a estátua de Vasco da Gama caiu no mesmo local, no Jardim Público.
O vereador da CDU, Eduardo Luciano lembrou que a requalificação deste espaço de lazer “é um compromisso de três campanhas eleitorais”, considerando que o património da cidade e do concelho “está votado ao abandono” e exigindo mais manutenção.
Fonte: Público
Este é um caso difícil, não se sabe se estamos perante apenas um problema de conservação ou um acto de vandalismo que correu mal. Em todo o caso, levanta a questão da conservação dos espaços públicos e Coimbra tem tido vários exemplos nos últimos tempos de como esse é um problema importante.