União Europeia

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Pedro
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União Europeia

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Eleições na Grécia: “Nunca votei tão zangada”

A enorme escola de Grava, um dos maiores centros eleitorais de Atenas, está num corrupio. Muitos gregos estão aqui para escolher um entre os 32 partidos que hoje disputam as legislativas antecipadas, com dois partidos do centro a defender medidas de austeridade e outro a opor-se ao memorando com a troika.

O voto é obrigatório na Grécia mas não há penalizações para quem não vá votar. A maioria dos eleitores com quem falamos, no entanto, não está aqui por obrigação. Está aqui para dizer alguma coisa. E muitos não vêem a questão como simplesmente a favor ou contra o memorando.

“Em quem é que votei?”, repete Angel, que está aqui com a mulher e os quatro filhos pequenos. “Posso dizer em quem não votei”, começa, pegando no molho de papéis com os nomes dos partidos e os candidatos que cada eleitor recebe. “Não votei nestes”, diz, mostrando o papel do Nova Democracia (centro-direita), o partido que se prevê que vença as eleições, embora sem maioria, com uns magros 22 a 24%. “E também não votei nestes”, continua, ao chegar ao papel do PASOK (centro-esquerda), entre 18 e 20%.

“Não votei em nenhum deles porque acho que não podem fazer nada pela Grécia”, explica, referindo-se aos dois partidos que tem alternado no poder desde 1974. “Votei em algo diferente”, diz, enquanto chega ao papel do Gregos Independentes, formado por um antigo deputado do Nova Democracia (Panos Kammenos). É um partido que acusa os políticos que assinaram o memorando de serem “traidores” e que compete com o Syriza, aliança de esquerda radical, e com o Partido Comunista pelo terceiro lugar na votação. “Não é que espere que façam grande coisa”, diz o engenheiro mecânico, que “tal como toda a gente”, teme pelo seu emprego com todos estes cortes e austeridade. “Mas temos mesmo de mudar.”

”O partido mais fiável"

Já Katerina, uma geóloga de 30 anos (muitas pessoas preferem não dar o apelido quando discutem a escolha de voto) escolheu o Nova Democracia, de Antonis Samaras. “Acredito que é o partido mais fiável, o único que tem experiência para pôr o país fora da crise”, diz. Katerina trabalha na universidade num projecto financiado pela União Europeia, por isso não teme pelo seu futuro imediato, embora “trabalhe mais horas por menos dinheiro”. “Mas tenho família, e amigos. Toda a gente está a ser afectada.”

Curiosamente, não conseguimos falar com um eleitor do PASOK para além dos que estão a fazer campanha, entregando panfletos à porta da escola. Mas nem o homem de meia-idade nem a mulher que estão a distribuir os panfletos, nem nenhum dos ocasionais apoiantes que passam depois de os cumprimentar, está com grande vontade de falar.

A jovem Ana Paragiou não se importa nada de dizer que votou no Syriza. “Não vais encontrar nenhum jovem que tenha votado no Nova Democracia ou no PASOK”, garante a estudante de Matemática, de 24 anos. Questionada se não teme que um voto no Syriza possa levar a Grécia a sair do euro (o partido defende que se questione o memorando e que eventualmente se recuse o pagamento de parte da dívida), ela diz que não é esta a questão mais importante. “Os políticos são o nosso principal problema – estes políticos, esta corrupção. Não podemos continuar a votar neles.”

”A Grécia não oferece nada”

Nem toda a gente quer dizer em quem votou. “Preferia manter isso para mim”, diz Katerina Vangeli, que está sentada a fumar um cigarro na paragem de autocarro, de costas muito direitas e um ar estranhamente composto no seu fato calça e casaco azul claro. “Foi muito difícil decidir. Foi a primeira vez que estive tão indecisa e a primeira que estive tão zangada.” Katerina é professora de línguas mas diz que está prestes a perder o emprego quando a sua escola se juntar a outra. “Tenho 51 anos, não sei o que vou fazer. Mas o problema não sou só eu. São muitas pessoas como eu, professores, na mesma situação. E mais: dizem que há ainda jovens com emprego? Eu não acredito. O que eu vejo é jovens com 2,80 euros no bolso para o bilhete de metro, a irem procurar emprego.”

“Este sítio chamado Grécia”, diz, visivelmente emocionada, “não oferece nada”. “Nada é decidido pelas capacidades das pessoas, tudo é decidido pelos partidos”, queixa-se. “E infelizmente, não acho que nada vá mudar depois destas eleições”.”Fora com eles!”

Fonte: Público
Afluência às urnas em França maior do que na primeira volta

As reportagens que chegam de Paris insistem no mesmo aparente paradoxo: filas de eleitores determinados a votar numa de duas escolhas e nenhuma os entusiasma. A França elege o seu Presidente e o provável vencedor é o socialista François Hollande.

Até ao meio dia local (11h em Lisboa) tinham votado já 30,7% dos eleitores registados – 46 milhões – apesar do frio e da chuva que cai em grande parte do país. Na primeira volta, de 22 de Abril, tinham votado até à mesma hora 28,3%.

“Votei no menos mau. Não tenho esperança nesta eleição. Nada vai mudar”, comentou à AFP Aurélie Briandet, de 33 anos, sem precisar qual dos boletins tinha deixado na urna.

Nicolas Sarkozy, que daqui a umas horas se poderá tornar no 11º líder europeu a perder o cargo desde o início da crise económica, votou ao lado da sua mulher, Carla Bruni, numa escola de um bairro de classe alta da capital francesa. “Vamos vencer”, gritaram os apoiantes.

Ainda na sexta-feira, Hollande, a quem todas sondagens antecipam a vitória, disse aos jornalistas estar preocupado com a diminuição da margem que o separa de Sarkozy.

O último inquérito dá ao socialista 52% das intenções de voto contra 48% para o combativo Presidente, que sempre recusou dar-se por vencido – na primeira volta, Hollande obteve 28,63% dos votos, Sarkozy 27,18%.

Mas enquanto o socialista recebeu o apoio de um dos candidatos à presidência, o centrista François Bayrou, (que explicou que a linha demasiado à direita de Sarkozy não seria os seus “valores"), a líder da extrema-direita Marine Le Pen indicou que ia votar em branco – ainda que Sarkozy tenha feito os possíveis por atrair o seu eleitorado, radicalizando como nunca o seu discurso sobre imigração e segurança.

Hollande, que hoje poderá tornar-se no primeiro Presidente socialista francês em quase duas décadas, também já votou. Em Tulle (Centro), onde foi presidente da câmara durante onze anos, apertou muitas mãos e distribui muitos beijos. “Este vai ser um dia longo, não sei se vai ser um belo dia, isso serão os franceses a decidir.”

As urnas nas principais cidades encerram às 20h00 (19h em Lisboa) e por essa altura serão conhecidas as estimativas dos institutos de sondagens. O vencedor será o sétimo Presidente da V República e durante cinco anos vai liderar uma das principais potências mundiais.

Fonte: Público
Hoje é dia de eleições na França e Grécia, ambas com forte potencial para afectar o futuro da União Europeia.

Em França, a opção por Hollande poderá implicar o fim da parceria Sarkozy/Merkel, que tem tomado praticamente todas as decisões da União Europeia nos últimos anos. A forte possibilidade de passar a haver alguém que decida dizer "não" à Merkel de vez em quando é algo que tem animado bastante estas eleições, embora haja sempre a hipótese de vir a ser apenas mais do mesmo.

Na Grécia, a situação é algo diferente. O descrédito total da classe política faz com que a maioria das pessoas esteja a pensar optar por alternativas fora do leque habitual de escolhas, pelo que os resultados podem vir a surpreender.

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Pedro
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Re: União Europeia

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Na França confirma-se a vitória de Hollande.

Na Grécia os cálculos estão algo complicados. Já há uma previsão dos resultados, mas ainda deixa alguma margem de erro que pode alterar o que vai acontecer a seguir. Segundo o Público:
O número de deputados com base nas projecções da Sky, o Nova Democracia terá 109 deputados, o Syriza 50, o PASOK 42, o Gregos Independentes 32, o Partido Comunista 26, o Aurora Dourada (extrema-direita) 22 e a Esquerda Democrática 19. Os comentadores já decretaram o fim do bipartidarismo na Grécia. A queda do PASOK é o dado mais impressionante: o partido tinha tido 43,9%. A confirmarem-se estas sondagens, o Nova Democracia e o PASOK terão 151 deputados num Parlamento de 300.

Os 109 deputados do ND já tem o bónus de 50 deputados que é dado ao partido vencedor na Grécia (aparentemente são fãs de maiorias :p). A manter-se este resultado, é possível haver uma maioria dos dois partidos que têm governado nos últimos anos... mas basta uma pequena alteração nos números e o panorama altera-se completamente. De referir que, se não fosse o tal bónus de 50 deputados, podíamos ter aqui uma mudança histórica em termos governativos.

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Re: União Europeia

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Partidos pró-austeridade não conseguem maioria na Grécia

Os últimos resultados preliminares das eleições gregas mostram que o terramoto foi ainda maior do que o que parecia no domingo à noite: os dois partidos que apoiam o memorando com a troika não terão conseguido uma maioria parlamentar.

Com 99% dos votos contados, os resultados mostram que o Nova Democracia (centro-direita) e o PASOK (centro-esquerda) terão obtido 32%, conseguindo 149 dos 300 deputados do Parlamento (a desproporção entre a percentagem e o número de deputados explica-se por um “bónus” que dá 50 deputados extra ao partido vencedor).

Os líderes de ambos os partidos, Antonis Samarras e Evangelos Venizelos, tinham dito que tentariam formar um Governo com outros partidos pró-austeridade. O mais provável seria voltarem-se para o Esquerda Democrática, uma dissidência do Syriza, que obteve cerca de 6%, mas o líder do partido, Fotis Kouvelis, excluiu hoje a possibilidade de uma participação num governo com os dois partidos tradicionalmente no poder. “Participaríamos numa coligação com outras forças progressivas”, disse Kouvelis à Reuters.

A queda estrondosa da Nova Democracia e do PASOK, que ainda nas últimas legislativas de 2009 tinham obtido 77% dos votos, foi contrabalançada por uma espectacular subida do Syriza, coligação de esquerda radical.

O partido, que tem defendido uma avaliação da dívida e o não pagamento – “as pessoas antes da dívida” – chegou a 15,6%, contra 4,6% em 2009. No seu discurso o líder da esquerda, Alexis Tsipras, defendeu que os eleitores gregos tinham derrotado o memorando com a troika e que apenas devido à idiossincrasia eleitoral do bónus conseguiam tantos deputados (na altura as sondagens e resultados projectados davam uma maioria de um deputado à Nova Democracia e PASOK).

Em Novembro, depois da demissão do então primeiro-ministro Giorgios Papandreo, o PASOK formou uma coligação interina com o Nova Democracia liderada pelo tecnocrata Lucas Papademos, com o objectivo de conseguir assegurar um novo empréstimo e medidas de reestruturação da dívida.

O voto de protesto não foi só para o Syriza. Foi também para o ultranacionalista Aurora Dourada, um partido que usa símbolos remetendo ao nazismo e que defende a expulsão de todos os imigrantes ilegais (primeiro, e de seguida todos os outros) da Grécia.

E enquanto isso não acontece, os seus membros formam uma espécie de milícia que tem sido responsável por vários ataques a imigrantes. "Protecção dos gregos", chamam-lhe eles.

O partido terá obtido entre 6% e 7%, beneficiando de um descontrolo completo das autoridades gregas na questão da imigração – haverá entre um milhão e dois milhões de imigrantes entre os 10 milhões de população total da Grécia e certas zonas de Atenas estão minadas pela criminalidade e insegurança.

O Aurora Dourada terá tirado também vantagem do descrédito da extrema-direita mais tradicional do LAOS, que entrou brevemente no Governo, e que não terá chegado a ultrapassar a barreira de 3% necessária para ter representação parlamentar.

Novas eleições: dentro de semanas ou meses?

Analistas sublinham a preocupação com instabilidade política quando se aproxima um novo prazo para a discussão de novas medidas que permitam cortar mais 14.500 milhões de euros para os próximos dois anos, um compromisso assumido pelo Executivo anterior.

O partido vencedor tem agora três dias para formar uma coligação. Se não conseguir, o segundo partido tem três dias para tentar o mesmo. Se isso não resultar ainda é dada uma hipótese ao terceiro, e se o impasse se mantiver, haverá novas eleições. Vários analistas apontam já este cenário de eleições dentre de apenas algumas semanas como muito provável. Antes da votação, esperava-se um Governo fraco e antecipava-se que poderia haver uma repetição da votação dentro de meses.

”E agora?"

A maioria dos gregos não parece querer sair do euro, mas muitas das pessoas com quem falámos indicava que a prioridade era castigar políticos de um sistema corrupto e disfuncional, que ainda fizeram campanha prometendo mudança quando os seus líderes têm uma longa carreira nos respectivos partidos e em sucessivos governos, e quiseram dar um sinal de que as medidas de austeridade cegas e universais não são o caminho. Mas isto não quer dizer que ontem estivessem felizes. “Se estou contente? Não”, comentava Kostas, um grego que votou “para protestar”, não querendo dizer em quem. “Acho que era preciso castigar o Nova Democracia e o PASOK. Mas o que irá acontecer agora?”

Fonte: Público
E aconteceu mesmo, os "partidos pequenos" ultrapassam os dois principais. Vamos ver o que sai daqui...

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Pedro
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Re: União Europeia

Mensagem por Pedro »

Líder do partido mais votado na Grécia: coligação "é impossível"

Antonis Samaras, líder do Nova Democracia anunciou que não consegue formar uma coligação para um Governo de maioria. A tarefa passa agora para as mãos de Alexis Tsipras, líder do Syriza, o segundo partido mais votado.

“Fiz tudo o que pude, mas foi impossível”, reconheceu esta tarde o líder do Nova Democracia, depois de explicar que se reuniu com os vários partidos para tentar chegar a uma solução para um governo de salvação nacional, mas em vão.

O Nova Democracia foi o partido mais votado, mas reuniu apenas 18,85% dos votos, o que lhe dá 108 deputados (contando com o bónus de 50 deputados extra atribuído ao vencedor, prática na Grécia). O partido de centro esquerda PASOK, que caiu de primeira para terceira força política, seria o aliado mais óbvio para uma coligação governamental, mas obteve apenas 13,18% dos votos. Mesmo que coligados, os dois partidos teriam apenas 149 deputados num parlamento com 300 assentos.

Os líderes de ambos os partidos, Antonis Samaras e Evangelos Venizelos, tinham dito que tentariam formar um Governo com outros partidos pró-austeridade. O mais provável seria voltarem-se para o Esquerda Democrática, uma dissidência do Syriza, que obteve cerca de 6%, mas o líder do partido, Fotis Kouvelis, excluiu a possibilidade de uma participação num governo com os dois partidos tradicionalmente no poder.

A queda estrondosa da Nova Democracia e do PASOK, que ainda nas últimas legislativas de 2009 tinham obtido 77% dos votos, foi contrabalançada por uma espectacular subida do Syriza, coligação de esquerda radical. O partido, que tem defendido uma avaliação e o não pagamento da dívida – “as pessoas antes da dívida” – chegou a 16,78%, contra 4,6% em 2009.

Novas eleições: dentro de semanas ou meses?

O líder do Syriza, Alexis Tsipras, encetará agora as negociações para tentar fazer uma coligação para formar Governo, mas os analistas consideram que será difícil chegar a números que lhe dêem maioria.

Em Novembro, depois da demissão do então primeiro-ministro Giorgios Papandreo, o PASOK formou uma coligação interina com o Nova Democracia liderado pelo tecnocrata Lucas Papademos, com o objectivo de conseguir assegurar um novo empréstimo e medidas de reestruturação da dívida.

Analistas sublinham a preocupação com instabilidade política quando se aproxima um novo prazo para a discussão de novas medidas que permitam cortar mais 14.500 milhões de euros para os próximos dois anos, um compromisso assumido pelo Executivo anterior.

Quando o partido vencedor não consegue formar uma coligação, o segundo mais votado, neste caso o Syriza, tem três dias para tentar o mesmo. Se isso não resultar, ainda é dada uma hipótese ao terceiro, e se o impasse se mantiver, haverá novas eleições. Vários analistas apontam já este cenário de eleições dentro de apenas algumas semanas como muito provável. Antes da votação, esperava-se um Governo fraco e antecipava-se que poderia haver uma repetição da votação dentro de meses.

Fonte: Público
O primeiro já está, segue-se o segundo...

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banjix
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Re: União Europeia

Mensagem por banjix »

Começo a achar que muitop brevemente teremos novas eleições na Grécia. Esta indecisão toda e a dificuldade em se formar um Governo não vem ajudar a situação que a Grécia ocupa actualmente. Está visto que os resultados destas eleições resultaram no descrédito que a classe política tem junto do povo, o que até é compreensível dada a situação em que se encontra (o mesmo sentimento que, cada vez mais, se faz sentir também em Portugal). Estes resultados foram uma chapada que o povo deu aos políticos. Está tudo certo e o povo tem que se manifestar, mas em termos práticos, estes resultados não vêm alterar nada, muito pelo contrário. Com a não formação de Governo, os pacotes de apoio externo que estavam previstos estão em risco e vai haver a séria possibilidade da Grécia ficar mesmo sem dinheiro. Estas eleições foram um enorme passo para a saída do Euro por parte da Grécia. A acontecer, mais facilmente os holofotes se virarão para Portugal...

Já no que diz respeito às eleições em França, penso que a vitória de Hollande não seja assim tão problemática. Apesar de haver diferenças entre Hollande e Sarkozy no que diz respeito ao combate à crise, a verdade é que a maior parte dos países da Europa está a chegar à conclusão que demasiada austeridade não resolve os problemas. Está a chegar-se à conclusão que mais austeridade leva ao maior empobrecimento dos países e ao aumento das taxas de desemprego, pelo que já se estudam outras soluções, nomeadamente, algumas que vão mais ao encontro das ideias de Hollande. Também o facto de Angela Merkel se ter mostrado disponível para estabelecer diálogos com Hollande fazem-me acreditar que daqui não vem grande agitação de águas. O maior problema mesmo continua a ser a situação da Grécia.
Juízo eu tenho, o problema é utilizá-lo poucas vezes.

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Ricky147
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Re: União Europeia

Mensagem por Ricky147 »

Os planos de austeridade impostos na UE - e que está visto que não ajuda em nada o crescimento das economias pequenas como é o caso da nossa - só aproveitam à Alemanha.
Ricardo Nuno

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Pedro
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Re: União Europeia

Mensagem por Pedro »

Esquerda radical da Grécia desistiu de tentar formar Governo

Depois de vários contactos e muitas horas de impasse, Alexis Tsipras, líder do partido de esquerda radical grego Syriza, anunciou que abandona os esforços para formar um Governo de coligação por não ter conseguido “um Governo de esquerda que se oponha à austeridade”.

“Não conseguimos realizar o nosso sonho de um Governo de esquerda, não temos maioria”, anunciou Alexis Tsipras. O líder daquela que foi a principal surpresa nas eleições de domingo – o Syriza foi o segundo partido mais votado – confirmou que irá entregar nesta quinta-feira ao Presidente da República, Carolos Papoulias, o mandato que lhe foi confiado para formar Governo.

Não haverá muitas mais hipóteses de tentar formar um Governo de coligação na Grécia, depois de também Antonis Samarras da Nova Democracia (direita), o partido mais votado, ter falhado no seu objectivo de se entender com os outros partidos.

O Syriza obteve 16,7% dos votos e Alexis Tsipras tentou durante as últimas horas formar uma coligação de esquerda, mas com a condição de se aliar a partidos que rejeitassem as medidas de austeridade impostas como condição para a disponibilização da ajuda internacional.

Durante o dia o líder do Syriza encontrou-se com os líderes dos comunistas gregos do KKE, com representantes do partido Esquerda Democrática e outros pequenos partidos de esquerda, bem como com o líder dos socialistas do PASOK, Evangélos Vénizélos, que ficaram em terceiro lugar no escrutínio, e com o próprio Samarras. Por fim, Tsipras desistiu e explicou: “Não podemos apoiar uma vez um Governo anti-austeridade e memorando [da União Europeia e do FMI] e outra vez as políticas de Angela Merkel”.

Após esta decisão, o mandato para tentar formar Governo deverá agora ser colocado nas mãos de Vénizélos e do PASOK, mas vários analistas têm manifestado muitas dúvidas quanto à possibilidade de sucesso.

Os dois partidos pró-acordo, PASOK e Nova Democracia, recusaram renegar o memorando imposto pelos credores internacionais, argumentando que essa posição ditaria a saída da Grécia do euro. No entanto, ambos concordavam que era necessário que a Grécia tentasse renegociar o contestado memorando. A realização de novas eleições em Junho são agora o cenário mais provável, mas serão também uma jogada de alto risco que alarma os mercados.

Fonte: Público
Ainda falta o PASOK tentar formar governo, mas se os dois primeiros não conseguiram... não me parece que vá ser o terceiro a conseguir. Vamos ter novas eleições na Grécia.

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gunky
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Re: União Europeia

Mensagem por gunky »

As coisas evidentemente vao dar-se mal na grecia mas eles ja teem pouco a perder...Agora o mau disto tudo e que nos vamos levar por tabela e bem.... :roll:

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banjix
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Re: União Europeia

Mensagem por banjix »

gunky Escreveu:As coisas evidentemente vao dar-se mal na grecia mas eles ja teem pouco a perder...Agora o mau disto tudo e que nos vamos levar por tabela e bem.... :roll:
Concordo. A Grécia já não tem muito a perder. Para eles, qualquer situação é como saltar da frigideira e cair no fogo. Estão fritos, de qualquer maneira.
Juízo eu tenho, o problema é utilizá-lo poucas vezes.

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Re: União Europeia

Mensagem por Ruizito »

O sistema eleitoral grego, com a história dos 50 deputados a mais, desta vez não ajudou só prejudicou a formação de um governo.

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gunky
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Re: União Europeia

Mensagem por gunky »

http://www.publico.pt/Mundo/grecia-cheg ... os-1545864

Ja houve acordo... Amanha os mercados vao abrir mais descansados....

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Pedro
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Re: União Europeia

Mensagem por Pedro »

Acordo entre o PASOK, Nova Democracia e Esquerda Democrática... vai ficar tudo na mesma.

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Re: União Europeia

Mensagem por Pedro »

Pequeno partido de esquerda desmente acordo de Governo na Grécia

O pequeno partido de esquerda Dimar, pró-europeísta, desmentiu o líder da Syiriza, da esquerda radical, que esta manhã tinha dado como certo um acordo para a formação de um Governo na Grécia.

"É uma vergonha. É uma mentira difamatória", lê-se num comunicado do Dimar, emitido após as conversações com o Presidente grego, Karolos Papoulias, e citado pela agência AFP.

Esta manhã, o líder da esquerda radical da Grécia anunciara que tinha sido alcançado um acordo para a formação de um Governo provisório, sem a sua participação. "Três partidos chegaram a acordo para a formação de um Governo que vai pôr em prática as medidas previstas no empréstimo. Têm 168 deputados no novo Parlamento, pelo que têm a maioria", anunciou o líder dos radicais de esquerda da Syiriza, Alexis Tsipras, citado pela AFP. Os partidos em causa seriam "os conservadores, os socialistas e um pequeno partido de esquerda [o Dimar]". Em declarações à agência Associated Press, Alexis Tsipras reafirmou que se recusa a fazer parte ou a apoiar um Governo que concorde com o resgate financeiro.

A agência AFP avançou num primeiro momento que os partidos já tinham chegado a um acordo final, com base nas declarações de Tsipras, mas acabou por noticiar mais tarde que as declarações são contraditórias.

O líder dos socialistas do PASOK, Evangelos Vénizélos, afirmou que as negociações "estão num impasse" e manifestou um "optimismo moderado" em relação a um acordo com o pequeno partido de esquerda pró-europeísta Dimar. O líder dos conservadores da Nova Democracia, Antonis Samaras, limitou-se a transmitir a recusa da Syiriza de fazer parte de um Governo que pretenda cumprir o resgate financeiro e a reafirmar que está a desenvolver "todos os esforços para obter uma colaboração global".

Fonte: Público
E agora surge o desmentido. Será que é verdadeiro ou serve apenas para tentar minimizar danos?

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Pedro
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Re: União Europeia

Mensagem por Pedro »

Novas eleições na Grécia após falhanço das negociações

A Grécia vai ter novas eleições legislativas, depois de terem falhado todas as negociações para formar um Governo de coligação, anunciou o líder dos socialistas do Pasok, Evangelos Venizelos.

Venizelos, cujo partido ficou em terceiro lugar nas legislativas de 6 de Maio, foi o terceiro líder político mandatado pelo Presidente Carolos Papoulias para formar Governo, depois de Antonis Samaras da Nova Democracia (direita) e Alexis Tsipras, da coligação de esquerda Syriza.

“Vamos ter novas eleições daqui a alguns dias”, adiantou Venizelos, que confirmou o falhanço das negociações para formar governo.

Amanhã, às 13h, haverá uma reunião entre responsáveis partidários para decidir quem assume a governação até ao próximo sufrágio.

Fonte: Público
Estão confirmadas as novas eleições na Grécia.

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Re: União Europeia

Mensagem por Pedro »

Ajuda europeia à Espanha rondará os 100 mil milhões de euros

A ajuda europeia à Espanha para o reforço do capital dos bancos poderá rondar os 100 mil milhões de euros, segundo os termos do debate entre os ministros das finanças da zona euro que decorreu este sábado, em teleconferência, entre as 15h e as 18h (hora de Lisboa).

Madrid ainda não pediu formalmente a ajuda, mas deverá fazê-lo nos póximos minutos, no quadro de uma conferência de imprensa convocada pelo ministro das Finanças, Luis de Guindos, para as 18h30 (hora de Lisboa).

Uma das exigências que têm sido feitas pelo Governo de Mariano Rajoy para formalizar o pedido prende-se com as condições associadas ao empréstimo europeu, que Madrid quer o mais suaves possível para não ficar sob a tutela da troika dos credores, como acontece nos outros três países ajudados (Grécia, Irlanda e Portugal).

Acima de tudo, os espanhóis esperam ficar livres de novas exigências em termos de política de austeridade face às que o governo já se comprometeu a aplicar para respeitar os limites europeus fixados para o défice orçamental. Neste contexto, as condições que serão exigidas a Madrid poderão limitar-se ao saneamento financeiro dos bancos ajudados, cujos contornos ainda não estão definidos.

Um relatório sobre uma avaliação do sector financeiro espanhol publicado na sexta-feira à noite pelo FMI, três dias antes da data prevista, reforçou a determinação dos outros países europeus de acelerar a estabilização dos bancos submersos por montanhas de créditos irrecuperáveis depois da implosão da bolha imobiliária dos últimos anos. Sexta-feira, o Governo de Rajoy insistia em esperar pelos resultados de uma outra auditoria independente, que são esperados dentro de dez dias. Tudo indica, porém, que a urgência colocada pelos parceiros acabou por convencer Madrid a acelerar o processo.

O FMI calcula que as necessidades mínimas de capital dos bancos espanhóis se elevam a perto de 40 mil milhões de euros, embora defenda que o montante efectivo da ajuda europeia deva ser muito superior para criar uma margem de segurança destinada a proteger o sector contra outros factores, como a recessão económica.

Fredrik Reinfeldt, primeiro ministro da Suécia – país que não é membro do euro e não participa, assim, directamente nas negociações – considerou a uma rádio nacional que os empréstimos deverão ultrapassar os 80 mil milhões de euros.

Fonte: Público
E Espanha também vai pedir ajuda, mas... repare-se na diferença de condições em relação a Portugal. Espanha apenas pede a ajuda se tiver condições melhoradas para não ficar sob controlo estrangeiro e ver prejudicada a sua economia, enquanto Portugal ficou praticamente reduzido a um governo fantoche que faz tudo o que a Alemanha impõe (ou seja, somos outra "França Vichy"). Parece que os espanhóis aprenderam com o desastre grego.

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