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Cannes: Palma de Ouro para João Salaviza

Enviado: segunda-feira, 25 maio 2009 16:56
por luisistico
"Cannes: curta «Arena» de João Salaviza vence Palma de Ouro

A curta-metragem «Arena» de João Salaviza, a única película portuguesa no Festival de Cannes, venceu a Palma de Ouro (...)"

Fonte: Diário Digital / Lusa

+ alguma info sobre a curta:
http://www.youtube.com/watch?v=MNRDvZH5uEo

Enviado: terça-feira, 26 maio 2009 13:59
por Ruizito
Este realizador é ainda muito jovem, logo pode vir com uma mentalidade diferente para o cinema português.
Oxalá seja assim, pois o que não precisamos mais é de realizadores "intimistas", "vanguardistas", "artistas" e seja lá o que for, que fazem filmes para satisfação do seu ego e não para o público ver, apesar de ser esse público que os financia através dos seus impostos.

Enviado: terça-feira, 26 maio 2009 17:07
por luisistico
É tudo muito subjectivo. Uma obra, seja ela qual for, não pode ser feita a pensar nas "massas" que a poderão ver... Cada um tem o seu modo próprio de realizar, criar... Se não agrada à maioria das pessoas não quer dizer necessariamente que foi dinheiro mal gasto. Até esta curta se passar numa qualquer sala de cinema de um centro comercial ou até na tv de certeza não terá grande audiência... basta ser realizado por um português para afastar... Essa mentalidade é que tem que mudar. O problema não é apenas - embora nalguns casos também o seja é verdade - dos criadores, mas sim do público português no geral que está ele também demasiado formatado para ver um determinado tipo de coisas no cinema e não alarga horizontes.

Enviado: quarta-feira, 27 maio 2009 9:09
por Ruizito
luisistico Escreveu:É tudo muito subjectivo. Uma obra, seja ela qual for, não pode ser feita a pensar nas "massas" que a poderão ver... Cada um tem o seu modo próprio de realizar, criar... Se não agrada à maioria das pessoas não quer dizer necessariamente que foi dinheiro mal gasto. Até esta curta se passar numa qualquer sala de cinema de um centro comercial ou até na tv de certeza não terá grande audiência... basta ser realizado por um português para afastar... Essa mentalidade é que tem que mudar. O problema não é apenas - embora nalguns casos também o seja é verdade - dos criadores, mas sim do público português no geral que está ele também demasiado formatado para ver um determinado tipo de coisas no cinema e não alarga horizontes.
Aqui estamos em completo desacordo. Se um realizador quer fazer a tal obra para o seu ego, então que faça mas com o seu dinheiro ou de patrocinios que arranje, e não com os subsidios dos meus impostos. Se recebe subsidios tem obrigação de tentar pelo menos ir ao encontro dos espectadores.
Quanto aos horizontes dos espectadores não acho que sejam assim tão limitados, se a oferta for boa. Não querendo comparar o cinema nacional com o de outros países com outra dimensão, mas a verdade é que existem muitos filmes de variadissimos géneros que são sucessos de público e simultaneamente com qualidade. O que acontece com a maioria dos filmes portugueses é que são enormes pastelões, chatos, exageradamente dramáticos, com histórias supostamente muito profundas mas que ninguém percebe e cujo realizador está sempre mais preocupado em mostrar o seu "virtuosismo" do que em se fazer entender a quem o vê.

Enviado: quarta-feira, 27 maio 2009 10:18
por Cachulo
Sim isto tudo é muito verdade. Acabe-se já com a gente inteligente que está a comer os nossos impostos sff, porque custa-me demasiado tentar perceber o que fazem e porque é que não fazem igual aos americanos. Queremos é massificar-nos, haja paciência para coisas diferentes que exigem um pouco mais de reflexão.

Felizmente ultimamente temos tido cinema à séria! Até parece Hollywood. Continuem é a convidar o Nicolau, a Soraia e a Cláudia. Sempre. Com eles, o ignóbil do João César Monteiro ou o caquético do Manoel de Oliveira eram, aí sim, verdadeiros mestres.

Enviado: quarta-feira, 27 maio 2009 12:54
por luisistico
porque custa-me demasiado tentar perceber o que fazem e porque é que não fazem igual aos americanos
A mim custa-me é saber que esse é o pensamento geral dos portugueses. Americanizarmo-nos não é a solução. Isso é fechar horizontes e não alargá-los. É copiar e não inovar ou criar um pensamento próprio. O pior é que isso acontece, a muitos níveis e aos poucos perdemos identidade. Somos um país muito rico a vários níveis, com pessoas capazes e é a pensar dessa forma que nos estragamos. Temos características próprias como país, uma identidade e uma cultura muito diferente da americana, é natural que os filmes não tenham perfil idêntico ao deles.
Queremos é massificar-nos, haja paciência para coisas diferentes que exigem um pouco mais de reflexão
Pois. É um problema. Reflectir incomoda. Talvez se pensássemos um pouco mais por nós mesmos, sem copiar simplesmente feitos macacos de imitação conseguíssemos alargar os horizontes e ser pessoas melhores e mais capazes. Mas pensar dói, exige esforço. E mói. Uma chatice no fundo. Vamos então ser iguais aos amaricanos, que esses é que são fixes!... Massificar é a solução?! Tentai pensar um pouco e reflectir sobre isso por favor... É isso que nos mata aos poucos, a todos os níveis. Perdemos identidade, perdemos cultura, perdemos seres pensantes, perdemos...
ignóbil do João César Monteiro ou o caquético do Manoel de Oliveira
Tremenda falta de respeito nestas palavras. Nem comento, que falam por si só.

Concordo que muitas vezes são mal gastos os dinheiros que damos a quem nos governa, em muitas áreas. Mas há que fazer esforço para tentar conseguir separar o trigo do joio. Se bem que isso será sempre subjectivo, porque como está aqui demonstrado, existem gostos para tudo.

Como ouvi dizer alguém um dia:
(...) cinema não é só gajas boas, carros a alta velocidade, lutas e tiros e cenas de sexo (...)

Enviado: quarta-feira, 27 maio 2009 13:08
por Cachulo
luisistico percebo que n tenhas interpretado a minha ironia, lendo outra vez fica de facto na dúvida se estou a falar a sério ou não.

Obviamente que concordo contigo em tudo (como é possivel não concordar) e que o que me fez falar foi exactamente tudo o que tu apontas em relação a Portugal, ao Portugueses e à nossa sociedade. Só não tive é paciência para ser sério, ainda bem que tu tiveste.

Enviado: quarta-feira, 27 maio 2009 13:22
por luisistico
Peço desculpa pela má interpretação, mas anda bem que assim foi, até porque ajudou a conseguir responder melhor :lol:

Muitas vezes sim, também fico a pensar se vale a pena dizer algo... Por vezes desisto simplesmente de remar contra a grande maré... mas por vezes vou falando, até porque julgo que é preciso mostrar que há muito mais para além do que as massas gostam.

Mas o preocupante é que podia ser mesmo assim, essas palavras serem mesmo com esse sentido. Aliás, é bem capaz de surgir por aqui ainda uma resposta muito semelhante, e dessa vez sem a dita ironia...

Enviado: quarta-feira, 27 maio 2009 14:17
por Ruizito
Ora bem vamos então fazer um exerciciozinho simples:
Eu agora sou um "artista", seja da área do cinema seja de outra qualquer, tenho uma visão muito própria do mundo e quero partilha-la com os outros. Até aqui tudo muito bem, só que vou precisar de dinheiro. Como não o tenho, toca a pedir um subsidio, que todos nós contribuintes vamos pagar, em nome da minha arte. O resultado final é eu ficar muito satisfeito comigo próprio porque exprimi a minha arte, enquanto a todos os outros que pagaram para a minha satisfação pessoal eu digo simplesmente: "Ai não gostam? Olha paciência tenho pena de serem todos uma cambada de ignorantes e não verem a grande obra que têm pela frente!".
Já agora fazer filmes que agradem às pessoas é muito diferente de massificação. É talvez até o primeiro passo para que os realizadores mostrem que respeitam o público. Não é como o outro realizador já aqui citado que disse simplesmente: !Quero que o público se f***."

Enviado: quinta-feira, 28 maio 2009 14:36
por Leia
E enquanto o cinema português for na onda do "crime do padre amaro", "call girl" e outros do mesmo genero em que o filme se resume a violência + sexo + insultos o cinema português não pode ser reconhecido.

Quando falo de cinema portugues falo no seu todo, não um ou outro filme por aqui e ali... Infelizmente, e sublinho o infelizmente umas 30 vezes, o que o público gosta e vai ver são estes generos de filmes... E isso nota-se com o sucesso que os filmes que falei tiveram aqui em portugal.

Tenho pena que assim seja.

De qualquer das formas, ainda não vi a curta metragem mas acredito que se foi recompensada foi certamente por mérito o que é muito bom.

Enviado: quinta-feira, 28 maio 2009 20:09
por Pedro
Tópico limpo de insultos entre utilizadores e off-topics removidos. Foi também banido um utilizador por ter mostrado não se saber comportar e outro por ter criado uma conta duplicada para concordar consigo próprio. Agradeço que os restantes não sigam o mesmo caminho. Em caso de problemas, a questão resolve-se com uma mensagem privada para um elemento da administração e não com off-topics.